PRESIDENTE DO SASERJ DENUNCIA AO VIVO AS ENORMES FILAS NOS CRAS
17/10/2022Comum o ano todo, as filas para atualização do CadÚnico nos Centros de Referência de Assistência Social (CRAS), que são a porta de entrada das famílias para a Política de Assistência Social, ganharam destaque na imprensa nos últimos meses. Dor, sofrimento e desalento para famílias que dependem do recebimento do Auxílio Brasil (antigo Bolsa Família) para sobreviver passaram a ser relatados nas entradas dos CRAS de todo o estado, principalmente na cidade do Rio de Janeiro. Além do Auxílio Brasil, o CadÚnico também permite a concessão de auxílios e inclusão de famílias em programas sociais, tais como Tarifa Social de Energia (TSEE), Benefício de Prestação Continuada (BPC), o antigo Auxílio Emergencial, e a ID Jovem. A demanda é tão alta que o reduzido número de equipamentos e trabalhadores no atendimento não é suficiente.
Diante deste descalabro com a população, a presidente do Saserj, Aparecida Guerra, bem como a diretora do Sindicato dos Assistentes Sociais do Estado do Rio de Janeiro – Saserj, Aline Salles, percorreram na manhã de hoje diversos quilômetros pela Zona Oeste para verificar a situação deste atendimento. E o que viram foram filas e mais filas, além de muita desinformação. Em entrevista ao RJ1, da TV Globo, Aparecida Guerra denunciou que as filas não se restringem somente neste período de recadastramento no Cadastro Único, mas o ano todo, situação causada, principalmente, com o descaso do Poder Público com os equipamentos que deveriam servir à população e com os servidores e colaboradores que se desdobram para atender que precisa.
“Infelizmente, essa fila é o ano todo porque o número de equipamentos na cidade do Rio de Janeiro é muito menor do que deveríamos ter. O CRAS tem que referenciar até cinco mil habitantes... Você vê que um bairro como Santa Cruz nós temos apenas três CRAS! Além de poucos equipamentos, também são poucos funcionários. Repito, a fila é o ano todo”, disse Aparecida, presidente do Saserj.
Recentemente, o Saserj emitiu dura nota apontando as deficiências a serem sanadas urgentemente como “a falta de planejamento e organização por parte do poder público de modo geral, mas principalmente do Ministério da Cidadania para atender de forma adequada a população, a falta de investimento significativo na política pública de assistência social refletida principalmente no quantitativo de profissionais qualificados, agravado pela falta de concursos públicos para reposição e ou lotação de profissionais, o número de equipamentos muito abaixo do recomendado pela NOB no que diz respeito ao quantitativo de profissionais x usuários, inclusive com o sucateamento dos equipamentos da Assistência Social com falta de condições de atendimento adequado aos usuários da política pública”.