Nota de Repúdio Saserj
20/09/2023NOTA DE REPÚDIO
O Sindicato dos Assistentes Sociais do Estado do Rio de Janeiro - Saserj vem à público para manifestar seu total repúdio às falas machistas e misóginas contra as mulheres proferidas pelo prefeito do município de Barra do Piraí, na Região do Médio Paraíba, Mário Esteves, quando, durante um evento na cidade no dia 14 de setembro, sugeriu “castrar as mulheres” para um controle de natalidade da população. Tal fala e tipo de pensamento, entendemos, não têm mais espaço na sociedade e remontam a práticas execráveis jamais condizentes com gestores públicos ou com quem quer que seja, no passado ou no presente.
O prefeito, ao afirmar categoricamente: "O que não falta em Barra do Piraí é criança. Tem que começar a castrar essas meninas. Controlar essa população. É muito filho, cara!", demonstra total desprezo pela população e suas famílias e, quando diz que deveria haver uma lei que limitasse a dois a quantidade de filhos por mulher na cidade, deixa claro o seu total desconhecimento do ordenamento jurídico e incapacidade de gerir o cotidiano da cidade.
Mais do que um simples “equívoco” cometido em um momento de “descontração”, como disse Mário Esteves, esta fala explicita seu caráter autoritário e preconceituoso. Neste quesito, Saserj lembra que a prática de negar afirmações quando estas encontram ecos de repúdio na opinião pública, torna-se comum a cada dia e devem ser detalhadamente desmascaradas. Não foi dado ao prefeito o direito de brincar com as palavras, tampouco testá-las tendo como cobaias as mulheres do município. Sua argumentação posterior, tentando minimizar o que foi dito, só demonstra o tamanho da sua indiferença com as mulheres e não entrega a seriedade necessária ao cargo que ocupa.
O sindicato destaca que todas as mulheres têm o direito de decidir se e quando querem ter filhos, assim como o direito de terem acesso a cuidados de saúde e assistência adequados durante a gravidez e o parto. Além disso, também existe o direito das mulheres serem tratadas de forma justa e igualitária no local de trabalho, sem sofrerem discriminação com base na maternidade. Garantir o direito à maternidade é essencial para promover a igualdade de gênero e o bem-estar das mulheres e esta deve ser a obrigação dos governos.
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